O vazio sanitário é uma medida utilizada para o controle de fungos como o que causa a ferrugem-asiática da soja. Conforme explica a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, é uma medida fitossanitária que tem como objetivo racionalizar a aplicação de fungicida, reduzindo a resistência do fungo.
Estabelecido em 2021 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – a Portaria 306 faz parte do Programa Nacional de Controle de Ferrugem-Asiática da Soja. A portaria foi, posteriormente, alterada pela de número 388.
A proposta do vazio sanitário é promover um período contínuo de, pelo menos, 90 dias sem que haja plantio da soja em uma determinada área, evitando a disseminação do fungo. Ainda conforme explicação da Embrapa, os períodos de vazio sanitário são estabelecidos pela Secretaria de Defesa Agropecuária, levando em consideração informações dos Órgãos de Defesa Sanitária Vegetal.
A Embrapa explica que semeaduras tardias de soja podem receber esporos
do fungo já nos estádios vegetativos e que isso pode fazer com que seja necessário aplicar o fungicida antes do previsto, elevando o número de aplicações. Ainda segundo a Empresa, quanto maior o número de aplicações, maior a exposição dos fungicidas e maior a chance de acelerar o processo de seleção de populações resistentes a esses fungicidas.
Em Roraima, por exemplo, o prazo para o vazio sanitário iniciou no último dia 19 de dezembro e vai até o dia 19 de março de 2023. Em entrevista ao portal G1, o pesquisador da Embrapa, Daniel Schurt, explicou que o fungo precisa de plantas vivas para se reproduzir. “Por isso, ele não sobrevive mais de 60 dias após a colheita da soja. Então, o vazio sanitário é um período suficiente para reduzir a quantidade de fungo na lavoura”, disse.
E você sabia que o vazio sanitário não é apenas para o plantio de soja? No Mato Grosso, no último dia 14, encerrou o prazo do vazio sanitário do algodão, também com o objetivo de controlar as pragas.
A partir dessa data, os produtores puderam retomar o plantio da cultura com autorização do Estado. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, a previsão é a área semeada chegue a 1,177 milhão de hectares